MOMBAÇA - Nossa terra, nosso Lar



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quinta-feira, 18 de agosto de 2011

A História da moeda no Brasil














Moeda de prata de 320 réis cunhada em 1696, pela Casa da Moeda da Bahia.

Anverso: PETRVS.II.D.G.PORT.REX.ET.BRAS.D.

Reverso: SVBQ.SIGN.NATA.STAB. (Sob este signo nasceu e permanecerá)












Moeda de prata de 160 réis cunhada em 1790, pela Casa da Moeda de Lisboa.

Anverso: MARIA.I.D.G.PORT.REGINA.ET.BRAS.D.

Reverso: SUBQ.SIGN.NATA.STAB. (Sob este signo nasceu e permanecerá)













Moeda de cobre de 20 réis cunhada em 1824.R., pela Casa da Moeda do Rio de Janeiro.

Anverso:PETRUS.I.D.G.CONST.IMP.ET.PERP.BRAS.DEF.ORBEM

Reverso: IN.HOC.SIGNO.VINCES. (Por este sinal vencerás)











Moeda de prata de 320 réis cunhada em 1756, pela Casa da Moeda de Lisboa.

Anverso: IOSEPHUS.I.D.G.PORT.REX.ET.BRAS.D.

Reverso: SVBQ.SIGN.NATA.STAB. (Sob este signo nasceu e permanecerá)







Moeda de cobre de XL réis , com carimbo de escudete, cunhada em 1786, pela Casa da Moeda de Lisboa.

Anverso: MARIA.I.D.G.P.ET.BRASILIAE.REGINA

Reverso: PECUNIA.TOTUM.CIRCUMIT.ORBEM. (O dinheiro circula pelo mundo todo)













































Houve tempo em que a moeda brasileira era realmente valiosa e até doce. No início da colonização, pouco se falava em dinheiro por aqui: o reduzido comércio interno era feito na base de trocas e por isso era mínima a circulação de moedas. A unidade monetária usada era o real português, mas a primeira "moeda" brasileira de fato foi um alimento: o açúcar, que em 1614 passou a valer como dinheiro, por ordem do governador Constantino Menelau. O valor da arroba (15 kg) de açúcar branco foi fixado em 1.000 réis, o do mascavo em 640 réis, e o das outras espécies em 320 réis. Só os funcionários da administração portuguesa é que recebiam salários em moeda sonante. O dinheiro vinha de Portugal, mas sua origem verdadeira era a Espanha, muito mais rica em reservas metálicas devido à maior abundância de ouro e prata em seu império colonial.

Houve até uma época – durante a dominação de Portugal pela Espanha, de 1580 a 1640 – em que a moeda utilizada na Colônia brasileira era o real hispano-americano, cunhado em Potosi (Bolivia). Havia moedas de 8, 4, 2, 1 e meio reales, que correspondiam respectivamente a 160, 80, 40 e 20 réis.

Em 1624, a Holanda ocupou o nordeste brasileiro; sob seu domínio foi realizada a primeira cunhagem de moedas em território nacional. Quadradas, pequenas, feitas em ouro e prata, surgiram em Pernambuco, em 1645. Serviam principalmente para pagar os soldados holandeses aqui estabelecidos. Expulsos os holandeses, em 1654, e já restaurado o reino de Portugal, voltou a valer na Colônia sua política monetária. A partir de 1669, moedas de prata portuguesas passaram a circular no Brasil, carimbadas com um sinete real, nos valores de 80, 160, 320 e 640 réis.

A confusão de vários tipos de moedas, com diversas origens e valores instáveis, persistia, mas não tinha grande importância, pois no período colonial, comerciava-se pouco: o mercado interno era muito pequeno. A maioria da população era composta de escravos e colonos livres: os primeiros não podiam comprar nem vender, por sua própria condição social, enquanto que os colonos recebiam seus pagamentos em mercadorias.

Criação das Casas da Moeda

Moedas propriamente brasileiras só vieram a surgir no final do século XVII. Salvador era então a principal cidade da Colônia, sua capital e o mais importante centro de negócios. Por isso foi lá que, em 1694, os portugueses instalaram a primeira Casa da Moeda do Brasil. As moedas eram cunhadas em ouro e prata. As de ouro valiam 1, 2, e 4 mil réis. As de prata observavam uma progressão aritmética de valores mais original: 20, 40, 80, 160, 320 e 640 réis. O povo logo lhes deu o nome de patacas, que tinha um certo sentido depreciativo, pois ninguém acreditava muito no valor das moedas cunhadas no Brasil. De 1695 a 1702, foram postas em circulação peças de cobre (10 e 20 reis), cunhadas na Casa do Porto e destinadas aAngola, mas aqui introduzidas por determinação régia.

Logo deixou de ser vantagem para a Coroa manter a Casa da Moeda em Salvador. Com a descoberta de jazidas de ouro pelos bandeirantes e a intensa exploração das "Minas Gerais", a fabricação do dinheiro foi transferida para o Rio de Janeiro, em 1698, aí se cunhando ouro e prata nos valores já mencionados. Em 1700, a Casa da Moeda mudou para Pernambuco, voltando porém ao Rio de Janeiro dois anos depois. Em 1714, havia duas Casa da Moeda: no Rio de Janeiro e novamente na Bahia. Em 1724 criou-se a terceira, em Vila Rica, que foi extinta dez anos mais tarde. A falta de troco era tanta que o Maranhão chegou até a ter sua própria moeda, fabricada em Portugal. Era feita em ouro e prata, nos valores usuais, e em cobre, valendo 5, 10 e 20 réis.

O uso do dinheiro se restringia à faixa litorânea, onde se situavam quase todas as cidades e se realizavam as grandes transações. Nos distritos mineiros, que só produziam ouro e importavam tudo o que consumiam, o próprio ouro, cuidadosamente pesado, funcionava prevalecendo em todo o imenso interior brasileiro. Já as regiões agrícolas apresentavam um sistema econômico peculiar. As fazendas, com suas legiões de escravos, eram praticamente auto-suficientes, produzindo quase tudo que necessitavam. Nelas, o dinheiro mesmo tinha pouca importância. A riqueza era avaliada com base na propriedade imobiliária e o gado era visto como um meio de intercâmbio tão bom como qualquer outro.

Até a vinda da Corte portuguesa para o Brasil, em 1808, o valor total das moedas que aqui circulavam não ultrapassava a irrisória cifra de 10.000 contos (ou 10 milhões de réis). O sistema monetário, irracional, complicava-se cada vez mais: chegaram a circular, ao mesmo tempo, seis diferentes relações legais de moedas intercambiáveis. Além disso, ouro em barra e em pó passava livremente de mão em mão, e moedas estrangeiras, algumas falsas, eram encontradas com a maior facilidade.

Do Império à República

Ao transferir-se para o Rio de Janeiro, a Corte acelerou consideravelmente o processo econômico. Crescendo a produção e o comércio, tornou-se imprescindível colocar mais dinheiro em circulação. Fundou-se então o Banco do Brasil, que iniciou a emissão de papel-moeda, cujo valor era garantido pelo seu lastro, ou seja, por reservas correspondentes em ouro. Entretanto, quando D. João VI retornou a Portugal, levou não só a Corte mas também o tesouro nacional. Golpe grave: as reservas bancárias da Colônia reduziram-se a 20 contos de réis. No dia 28 de julho de 1821, todos os pagamentos foram suspensos. Passou-se a emitir papel-moeda sem lastro metálico suficiente, ocasionando a progressiva desvalorização do dinheiro.

Assim, quando D. Pedro I se tornou imperador do Brasil em 1822, encontrou os cofres vazios e uma enorme dívida pública. A independência brasileira começava praticamente sem fundos. Sob D. Pedro II a situação melhorou um pouco, devido ao aumento da produção industrial, ao café, e à construção de ferrovias e estradas, que permitiam um escoamento mais eficiente das riquezas.

A desvalorização, porém, já era um mal crônico e as crises financeiras se sucediam. Só em 1911 – em plena República – é que o dinheiro brasileiro registrou sua primeira alta no mercado internacional. De lá para cá, muita coisa mudou na economia brasileira, inclusive a moeda, que trocou de nome: ao real sucedeu, em 1942, o cruzeiro (e as subdivisões em centavos), que em 1967 se transformou em cruzeiro novo, valendo mil vezes o antigo. Três anos depois, voltou a ser apenas cruzeiro. Em 1986 surge o cruzado, em 1989 o cruzado novo, em 1990, no plano Collor, volta o cruzeiro, em 1993 o cruzeiro real e finalmente em 1994 o real.

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